Quando a pessoa ouve falar sobre MBA pelas primeiras vezes, é comum sentir a sensação de que está entrando em terreno desconhecido. Normalmente, a pessoa ouve falar de um amigo ou conhecido muito bem sucedido que fez um MBA, geralmente nos Estados Unidos, e que, de alguma forma, aquilo contribuiu para a história de sucesso daquela pessoa.
Pouco a pouco, é possível entender a relevância de ter um diploma de uma escola “Top”, como costumam ser chamadas. A excelência acadêmica dessas instituições, o bom nível do processo de seleção das escolas, o acesso a redes de contato internacionais e a experiência fora do país transformam os perfis dos alunos e suas vidas.
O que pouca gente consegue entender, e é compreensível, é que o universo de pessoas com um diploma de uma escola de negócios de importância internacional é mínimo no Brasil e isso cria vantagens competitivas para estes perfis privilegiados que deverão perdurar por mais de uma década, sem dúvida.
A evolução dos brasileiros no mundo das Top Business Schools
Atualmente, estima-se que exista não mais do que 5 mil brasileiros com passagens pelas 30 principais escolas de negócio dos Estados Unidos e Europa. E isso tem uma explicação. Até ontem, praticamente não havia brasileiros estudando fora do país. Na época da hiperinflação, era muito difícil o brasileiros estudar fora. Nos anos noventa, não mais do que 50 brasileiros saiam do país para estudar numa boa escola de negócios. Na época, os poucos brasileiros que faziam um programa de mestrado no MBA Internacional: ainda pouco comum no Brasil, o diploma têm um valor muito relevante no mercado de trabalho exterior eram enviados por empresas multinacionais para os Estados Unidos. No começo da década passada esse número foi aumentando, mas o real desvalorizado, era a principal barreira para que jovens talentos pudessem realizar esse sonho. Em 2005, a estimativa foi de que aproximadamente 150 brasileiros se matricularam nas principais escolas de negócio do mundo.
Atualmente, o número de brasileiros matriculados nas 30 principais escolas de negócio do mundo é de aproximadamente 450, podendo chegar a 500 alunos. Os principais fatores que levaram a este crescimento foram:
- A valorização do real frente ao dólar e ao euro tornou o preço dos programas muito mais competitivos
- Os alunos brasileiros, vistos com indiferença há dez anos, se tornaram um perfil muito interessante para as escolas de negócio. As escolas querem brasileiros nas salas de aula.
- As empresas brasileiras cada vez mais reconhecem o perfil do ex-aluno de um MBA e estão dispostas a pagar por isso. Os profissionais sabem disso e buscam um programa de MBA para valorizar seu perfil.
- A carreira de empreendedor está sendo desmistificada. O empreendedor que surge do nada, sem ter investido em educação já não é comum de ser encontrado. Os jovens qualificados querem construir uma história de empreendedorismo e buscam qualificar-se passando por uma grande escola de negócios.
O Valor de um MBA no Brasil hoje
Agora, apesar do crescimento, engana-se quem pensa que 450 brasileiros representa um número relevante. Em relação a outras nacionalidades, o número de brasileiros é praticamente insignificante. As estatísticas da GMAC indicam que os brasileiros representam não mais do que 1% do total de pessoas que fizeram o GMAT em 2010. É o mesmo número de Mexicanos, por exemplo. Um país muito próximo dos Estados Unidos com uma economia próxima da metade do PIB brasileiro. Ou seja, ainda há muita lenha para queimar.
Quem se beneficia deste cenário é a pessoa que faz um MBA nos dias de hoje e decide voltar para o Brasil. Aqui, um perfil de MBA é difícil de encontrar nas empresas e é muito valioso. Os saltos de salários no Brasil são semelhantes aos aumentos de salário conseguidos por americanos com um diploma deste tipo no final dos anos 70 e começo dos anos 80.
Os salários de quem estuda na IE Business School, aumentam, na média 136%. No Brasil essa média é maior ainda. É frequente encontrar casos de ex-alunos que dobraram seus salários depois do MBA. Esse efeito é produzido pela falta de talentos com este nível de formação no mercado de trabalho. Esse cenário seguramente vai se perdurar por mais uma década, pelo menos. Com base em dados do Serasa, estima-se que existam mais de 150 mil vagas de trabalho aderentes a um perfil de MBA contra não mais do que 5 mil ex-alunos formados em escolas de prestígio.
Ainda nesta semana eu farei um post sobre a importância das escolas européias neste cenário. Cada vez mais, as escolas européias apresentam índices relevantes de competitividade de salário e empregabilidade. E SIM, tudo isso, em meio à crise econômica mundial.